julho 20, 2010

Irrevesível (Irreversible) - 2002

Obra das mais pertubadoras essa que trago a vocês. É arte, violenta e subjetiva arte.
Os créditos iniciais têm algo de Kubrick, sim, mas a semelhança pára por aí. A câmera gira incessantemente perdida no tempo-espaço, aparentemente independente da gravidade. Entramos pela janela de um prédio e temos a frase inicial, que desafia o espectador e avisa o quem há por vir, "O tempo destrói tudo". Saímos por outra janela e vemos uma ambulancia e carros de polícia em frente a um pub, um homem algemado é levado. A camera volta a girar e nos transporta há intantes antes, onde um assassinato mescla o submundo sádico homossexual do prazer com a atrocidade. As formas mais baixas da sociedade estão explícitas na película, é difícil não ficar chocado com a cena de estupro em plano-sequencia de mais de dez minutos. Pode ser que você sinta náuseas, arrepios ou não aguente até o fim, porém, o filme começa com violencia extrema e vai suavizando até o término. A história fragmentada contada de trás para frente pode remeter ao conceituado Amnésia (2000) de Nolan. A vingança é o tema central, que ao decorrer da narrativa audaciosa, fica em segundo plano, paradar lugar à esperança (mesmo que ela vá se esfacelando a cada murro de brutalidade que recebemos na face). A sofisticação dos métodos de filmagens, as trucagens e as alterações de luz e sombra feitas em computador impressionam, já que trata-se de um filme francês.
O diretor argentino Gaspar Noé, que também assinou outros filmes polêmicos e vertiginosos, foi muito criticado e acusado de apoiar abrutalidade, mas sua genialidade foi reconhecida em Cannes com uma indicação à Palma de Ouro.

-CLASSIFICAÇÃO:18 ANOS;

Assista e dê sua nota!

Veja o trailer:

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