O primeiro filme de uma suposta trilogia, seguida por 21 Gramas (2003) e Babel (2005), do diretor mexicano Alejandro Gonzáles Inãrritu, nos traz uma pessimista visão da vida nas grandes cidades. Começando pelo fim, três histórias de pessoas desconhecidas se entrelaçam a partir de um acidente de carro. Com uma interessante narrativa fragmentada, conheceremos Octávio (Gael Garcia Bernal), um jovem que tenta conseguir dinheiro em brigas clandestinas entre cães, junto a Cofi, seu cão, para fugir com sua cunhada Suzana (Álvaro Guerrero), antes do acidente. Conheceremos o drama da bela Valeria (Goya Toledo), uma modelo que tenta não se preocupar com sua carreira, já que uma de suas pernas foi esmigalhada durante o acidente de carro. Em meio à batida, surge um misterioso senhor que acolhe Cofi e trata de seus ferimentos, vendo no cão, todo o ódio e rancor que um dia sentiu, e percebe a chance para redenção de sua vida criminosa.
O trabalho inicial desse diretor com formação televisiva é, no mínimo notável. A violência está na essência do filme, junto com a miséria e a inconsequencia da vida. A periferia da Cidade do México define a atmosfera densa e enclausurada. Três destinos que se encontram, e dali podemos ver a natureza humana em sua mais simples forma, e até um pouco infantil diante da brutalidade dos fatos. Uma vez tendo uma história forte, a edição e a camera na mão se encarregaram do resto.
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